Cariocas invadem o universo masculino das figurinhas da Copa Amigas se empenham em colecionar e já querem completar o álbum. Os mais bonitos: em vez de italianos, noruegueses e neozelandeses.

Apesar de o futebol ainda ser um esporte de maioria masculina no Brasil, as mulheres estão cada vez mais presentes nos gramados e nas arquibancadas. E, agora, elas invadem outro setor: colecionam as figurinhas da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. O álbum oficial virou uma febre para todas as idades - crianças, adolescentes ou adultos.

Apesar de o futebol ainda ser um esporte de maioria masculina no Brasil, as mulheres estão cada vez mais presentes nos gramados e nas arquibancadas. E, agora, elas invadem outro setor: colecionam as figurinhas da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. O álbum oficial virou uma febre para todas as idades - crianças, adolescentes ou adultos.

Joana, Marcela, Tatiana e Bárbara reunidas para trocar figurinhas, e beber chope.

As amigas Joana Smarçaro, Bárbara Bueno, Tatiana Brito e Marcela Neves costumam se reunir para trocar figurinhas. “Não chega a ser desculpa para a gente tomar um chope. Mas quando nos encontramos, além das trocas para tentar completar o álbum, sempre tomamos um chopinho”, conta a engenheira Joana, de 27 anos.
“Gente, ninguém tem a número 27? Estou agoniada”, pergunta, bem feminina, a advogada Tatiana, de 31 anos, enquanto olhavam as estampas, uma das outras, em um bar em Ipanema, na Zona Sul do Rio.
Colecionar figurinhas não é uma maneira de paquerar
É consenso entre elas que as mulheres são minoria entre os colecionadores do álbum da Copa de 2010. “Tem muito mais homens”, dizem, quase em uníssono. Elas destacam também a interação que existe. “Eu e Joana nunca saímos juntas. Agora, passamos a nos encontrar por causa das figurinhas”, conta Bárbara, de 26 anos, que é estudante de administração. “Sempre acontece isso: você acaba conhecendo outras pessoas trocando figurinhas”, complementa a gerente financeira Marcela, de 29 anos.
Todas também afirmam que não existem segundas intenções em participar de um universo em sua maioria masculino. “Apesar de a gente trocar figurinhas com muitos homens, não existe isso de paquerar. Nem penso nisso”, garante Marcela.
Tatiana evita o assunto: “Eu sou casada e meu marido não faz o álbum da Copa. Ele só tem um certo ciúme pelo fato de eu colecionar figurinhas de jogadores de futebol”, diverte-se.

Tatiana quer dar o álbum completo de presente
para a filha recordar da primeira Copa do Mundo.
(Foto: Bernardo Tabak/G1)

As jovens dizem gostar de futebol: Joana é vascaína, Bárbara e Marcela são tricolores, e Tatiana é rubro-negra. Entretanto, elas confessam que entendem pouco do esporte. “Não sei muito das regras, mas vou ao estádio. Inclusive, já viajei para ver o Fluminense jogar fora do Rio”, conta Bárbara, a que mais acompanha futebol.
“Eu gosto do clima da Copa do Mundo. Acabei me empolgando e comecei a coleção”, diz Tatiana. “Quero dar o álbum completo para a minha filha, que está com 1 ano e 3 meses. É a primeira Copa do Mundo dela”, acrescenta.
‘Adriano e Ronaldinho não dá. Só o Kaká se salva’
Diferentemente do que muitos homens pensam, enquanto trocavam figurinhas, as jovens não falam da beleza ou dos atributos físicos dos jogadores. “O álbum de figurinhas é mais como uma pré-Copa. E todo mundo quer completá-lo antes de a Copa começar”, enfatiza Joana. E mesmo quando respondem sobre qual seleção tem os jogadores mais bonitos, as respostas surpreendem: nada dos famigerados italianos ou argentinos. “A seleção da Noruega tem muitos jogadores bonitos”, opina Joana. Marcela prefere os espanhóis e os jogadores da Sérvia. “A seleção da Nova Zelândia só tem loirinho!”, empolga-se Bárbara.
Mas e a seleção brasileira? “Adriano e Ronaldinho Gaúcho não dá. Só o Kaká se salva”, diz Joana, incisiva, esquecendo-se que, apesar de estarem no álbum da Copa de 2010, nem Adriano, nem Ronaldinho foram convocados pelo técnico Dunga. “O Nilmar também está ok”, finaliza Bárbara. Fica o registro: é a opinião feminina sobre as figurinhas da Copa.