Jeito extrovertido do pernambucano vale ouro para amigos, fãs e para as idosas de quem ele cuida em seu abrigo.
Na reta final do Big Brother 11 - que nesta edição perdeu audiência histórica, pecou nas provas e, consenso geral, não fez uma boa seleção dos participantes -, um pernambucano se destaca pelo que se convencionou ser a melhor das qualidades de um jogador: a autenticidade. "Aquela pessoa que vocês estão vendo na TV é a mesma daqui de fora", sugere Maria de Fátima Luiz, zeladora do prédio onde Daniel Rolim mora, no bairro do Espinheiro.
Daniel é gay, nordestino, estreou na casa dos 40. A beleza não joga a seu favor. Fala escatologias, tem um senso de humor peculiar, é carismático, engraçado, mesmo que às vezes pela tosquice de seus comentários. Diz verdades sem medo, é sincero, fala a nossa língua. É inteligente. O administrador de empresas e bacharel em direito não tem sequer uma inimizade na casa. Fora dela, ganha cada vez mais adeptos.
Nos sites de entretenimento, aparece sempre entre os primeiros com maior popularidade. Pesquisa do UOL mostra Daniel liderando pesquisa sobre quem deve vencer o reality show. Daniel tem também fãs famosos, como a cantora Preta Gil que, em seu Twitter, faz campanha para o pernambucano. "Adoro o Daniel pedindo pra eu votar pra ele ficar! Mas já to votando, loucamente, e quem gostar dele vote tb!", escreveu no blog. Dos 15 eliminados ao longo desta edição, ele esteve em apenas dois paredões, recebendo os incríveis percentuais de 8% e 6% de rejeição. As chances são cada vez mais palpáveis de ganhar a bolada de R$ 1,5 milhão do programa que finda nesta terça-feira.
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EXTRAVASA - Daniel adotou um coqueiro para satisfazer suas loucuras etílicas, assim como o primeiro ganhador do BBB, Kleber Bambam, em 2002, fez de sucatas uma boneca, batizada de Maria Eugênia, e a transformou em sua companheira em meio à tamanha contradição de sentimentos. O público parece entender as formas de extravasar dos jogadores. "A única coisa que eu disse pra ele não fazer dentro da casa foi beber", diverte-se Mário Cavalcanti, amigo dos tempos de menino em Arcoverde, Sertão do Estado.
No bairro do Arruda, zona norte do Recife, Mário administra junto a Daniel a Casa do Amor, abrigo onde 30 senhoras carentes ou com risco social vivem, têm atividades recreativas, religiosas e recebem tratamento de saúde. Daniel, que fundou o local com uma amiga alemã há 17 anos, relatou aos colegas que, se ganhasse o BBB, parte do prêmio iria para a instituição. "Ele é uma criatura muito boa. Tenho muito amor por ele. Espero que ganhe o programa e seja muito feliz", diz, do alto de seus 92 anos, Maria José da Silva, uma das carinhosas moradoras da casa [conheça a Casa do Amor e Maria José no vídeo abaixo].
A relação de Daniel com o coqueiro fez com que seus amigos da vida real fundassem o Bloco do Coqueiro, que desfilou pelas ladeiras de Olinda e pelas ruas do Recife Antigo neste Carnaval. "Daniel é um mix de alegria, autenticidade, honestidade. O melhor ponto dele é a solidariedade, a preocupação com o próximo", diz Mário, que, confiante de que o amigo estará na final, já confirmou presença na plateia junto aos parentes de Daniel, terça-feira, no Rio de Janeiro.
VALORIZAÇÃO - Maria de Fátima é quem cuida das plantas no térreo e observa o carro que Daniel deixou no prédio antes de ir para o Rio de Janeiro. A zeladora garante que o metro quadrado da área está mais valorizado desde que o morador anônimo virou ilustre personalidade. "Pulou de R$ 130 mil pra R$ 195 mil um apartamento aqui", assegura, afirmando que a procura por residências ali aumentou bastante. "Isso aqui virou manchete depois que TVs vieram aqui. Todos querem morar onde Daniel mora", relata a simpática porteira.
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