domingo, 15 de novembro de 2009

Pedaladas que geram lucro Publicado em 15.11.2009 pelo JC






Cresce o número de adeptos do ciclismo no Recife. Além de fazer bem à saúde, o esporte estimula a indústria, aquece o comércio e gera empregos

Felipe Lima

flima@jc.com.br
Corpo são, economia aquecida. A busca por uma vida mais saudável através das pedaladas tem gerado bons lucros para empresas recifenses. Há cerca de três anos, tornou-se cena das mais corriqueiras ver um comboio de ciclistas trafegando pelas ruas da capital pernambucana. Praticamente todos os dias há passeios noturnos, sem contar os diurnos realizados em fins de semana e feriados. Para fazer parte de um desses grupos é preciso ter uma bicicleta esportiva (cujo preço pode variar de R$ 500 a R$ 30 mil), itens de segurança obrigatórios, equipamentos de sinalização. É bom contar ainda com alguém responsável pela organização dos eventos, além de dispor de um bom mecânico para a manutenção periódica das bikes. Uma lista de produtos e serviços que criou um ambiente favorável para negócios voltados a esse segmento no Recife.
O segmento que mais foi atingido positivamente pela multiplicação dos ciclistas foi o varejo de bicicletas e acessórios. Uma das lojas que comemora o aquecimento no setor é a Bike Norte. Segundo confirma o gerente Édson Cândido da Silva, nos 27 anos de mercado não houve época igual a atual em volume de vendas. O aumento no faturamento foi de, em média, 45% desde 2007. “Ocorria que muitas pessoas tinham o desejo de ter uma bicicleta mais esportiva para pedalar e melhorar a saúde, mas não tinham a oportunidade. Essa veio aparecer com a formação dos grupos de passeios noturnos”, explica Silva.
O resultado das vendas em alta é a ampliação do espaço de vendas, que agora conta com 200 metros quadrados e oferta novos produtos e marcas. O preço das bicicletas na loja variam de R$ 350 a R$ 3.500, a depender do modelo: se é mais voltado para transporte ou para a atividade esportiva. Na Centauro, rede de magazines esportiva e de atuação nacional, o segmento voltado ao ciclismo ganhou mais destaque. Para se ter uma ideia, a loja do Shopping Center Recife é uma das cinco da rede que mais vende produtos para a prática desse esporte no Brasil.
Outro a celebrar o atual momento é o paulista Henrique Giese, um dos pioneiros do nicho esportivo na cidade. Chegou por aqui há 17 anos como importador de peças e equipamentos. Em 2003, abriu sua própria loja, a Rota da Natureza, em Boa Viagem. “Nosso investimento não foi apenas na loja em si. Começamos a programar passeios, trilhas, competições”, conta. Com a formação de mais grupos na capital e um número maior de pessoas em busca de aliar o lazer com a prática de um esporte, começou a ver suas vendas dispararem. Pelos seus cálculos, nesses seis anos de atuação, o aumento acumulado foi de 200%.
Mais do que as bicicletas, os artigos para o ciclistas foram os que experimentaram maior incremento. “Há quatro anos trabalhávamos com quatro fornecedores de roupas. Hoje são mais de 100”, afirma. Peças e equipamentos para bike são adquiridos de distribuidores de fora do Estado e a maioria é importada. São fabricados, principalmente, na China e em Taiwan. Os bons ventos para o negócio fizeram com que uma nova loja especializada fosse aberta por Giese, a Everest Bike Sportd, na Zona Norte da cidade e permitiu ainda um investimento mais ousado. Há dois meses, a família Giese lançou no mercado a sua marca própria de bikes, totalmente montada em Pernambuco: a Fly.
Quem está à frente da empreitada é o filho de Henrique, Gustavo Giese. O investimento inicial foi de R$ 100 mil. Por mês, saem da oficina de montagem 200 bicicletas. “Esperamos o segundo semestre, que tradicionalmente é a época de maiores vendas, para lançarmos o modelo”, diz Gustavo. A bicicleta é voltada para o praticante que integra uma faixa intermediária de performance esportiva e custa R$ 600. “Fomos buscar um nicho mais parecido como nosso dia a dia. Já temos cinco parceiros de venda e estamos negociando a entrada do produto em lojas magazines e no interior do Estado. Há muito espaço para crescer em Pernambuco”, acrescenta. Tanto que, ainda que recém-lançada, já há planejamento para novos modelos da marca.
A Zummi, fábrica pernambucana de bicicletas voltadas para transporte, também passou a atuar no nicho esportivo, montando as bikes da marca Upland. O preço mais acessível - em média R$ 800 - visa atrair o público iniciante nas atividades. A empresa fabrica ainda uma bicicleta feita com ferro (material menos nobre na hierarquia dos modelos esportivos) e que custa cerca de R$ 200. Seguidora do estilo mountain bike, tenta fisgar pessoas de poder aquisitivo menor, mas que não querem deixar o cuidado com a saúde de lado.

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